quinta-feira, 11 de junho de 2009

Diário de um Pensador: A rotina nossa de cada dia!



Olá amigos,

Peço desculpas pelo exímio atraso desta coluna, mas, meu tempo está cada vez mais comprometido. É muita coisa para estudar e freqüentemente não estou conseguindo me desdobrar para vir até aqui, ou, por exemplo, atender ao orkut e e-mail etc. Mas, vamos que vamos...

Quero começar essa coluna falando um pouco sobre a rotina diária nossa de cada dia. Já repararam o quanto é difícil mantermos uma rotina. Parece que o nosso corpo já possui uma rotina própria e nós já nos habituamos a tal ponto que a probabilidade de fracassarmos numa "simples" dieta, por exemplo, é alta. Isso sem falar nos planos infindáveis de estudar para subirmos de cargo, sermos aprovados em concursos públicos ou em exames vestibulares.

Ao longo da minha faculdade eu questionei muitos dos meus comportamentos, os quais, eu os exibia ao longo do Ensino Médio e do Ensino Fundamental. Vejam bem amigos, estou lhes falando dos meus comportamentos acadêmicos. Minha vida era memorizar, e, aliás, eu me dava muito bem com isso. Sempre tive o que povo chama de memória fotográfica. Então, na escola em disciplinas que eu pouco me sentia atraído - área de exatas precisamente - eu usava a tal da memória fotográfica e nas outras - humanas e biológicas - eu me esforçava por entendê-las.

Além delas, tinha a tal da filosofia que eu já estudava desde os 10 anos por conta própria. Sempre achei um máximo pensar sobre a existência humana, aliás, meu nome deveria ser pensador (risos), porque eu vivo disso. Está certo que hora e outra eu me perco, mas, tudo bem, porque quem pensa viaja e nem sempre estamos preparados para encontrar o que vemos nessa viagem.

Mais voltando, quando eu entrei na faculdade, eu fui cada vez menos requisitado a utilizar a memorização como recurso de aprendizagem, eu era freqüentemente solicitado a compreender e a pensar sobre determinado conteúdo. No máximo, eu memorizava nomes de autores e datas durante a graduação, nada mais. Porém, agora estou tendo que reverter o meu comportamento acadêmico. Parece que a norma dos concursos e dos vestibulares é a memorização e constantemente eu sou incitado a fazê-la.

Fico decepcionado porque em um país com enorme potencial científico como o Brasil, ainda é necessário que os alunos aprendam por meio das famosas "decorebas". Sinceramente, eu acho isso ridículo. Acredito que a memorização é parte do processo de aprendizagem e neste quesito estou tentando reavê-la, depois de certo tempo sem usá-la tanto. Entretanto, a memorização não permite ao aluno o conhecimento suficiente para conduzi-lo à aplicação do conteúdo apresentado em sala de aula. Ou seja, eu vejo que há duas pontas de um mesmo processo sendo que não se anulam ou podem ser dispensáveis.

Eu espero que com tantos alardes do Ministério da Educação, de reformas e mais reformas, o Brasil mude os rumos do aprendizado no meio nacional e comece a valorizar e a incitar o poder crítico de seus cidadãos. Realmente precisamos de professores mais criativos e de que o aluno não seja confundido com um mero autômato colocado num banco de escola.

Aliás, era assim que eu me sentia quando estudei num dos mais famosos colégios privados de Goiânia-GO. Para quem tem plena ciência de tudo o que coloquei acima, trata-se de um show de horrores ver constantemente professores incapazes de serem criativos acusarem os alunos de serem incompetentes no aprendizado, quando na verdade a maior incompetência é deles. É claro que tinha umas exceções lá, mesmo que raras (risos).

Então, sinceramente eu fico chateado por hoje ser cobrado a respeito disso. Pior ainda é que eu tinha uma rotina de estudos muito acentuada, tanto na graduação quanto na escola. Todavia, isso era um dos meus mecanismos para fugir dos meus problemas pessoais, que na época me faziam sofrer demais. Como hoje boa parte deles foram superados, graças ao meu esforço e a dedicação da minha família e de alguns amigos, eu não vejo mais necessidade de ficar maçando o dia todo em cima do livro.

No entanto, hora ou outra alguém também me cobra isso (risos). Parece que a coisa já é cultural. Isto é, as pessoas acreditam não apenas no modelo da educação mnemônica, mais também acreditam que ela deva ser massiva. Enfim, a cultura realmente pensa que é só através do sofrimento que o homem pode reaver sua dignidade. Fico extasiado com isso, porque as ideologias do capitalismo podem aniquilar todo potencial criativo de uma sociedade, como dizia Marx. Bons tempos serão aqueles em que as crianças tiverem o desejo e o prazer de ir e estarem na escola, como afirmou Skinner.

Bom, meus queridos. Eu fico por aqui, e, portanto, encerro o primeiro post desta coluna. Gostaria de saber a opinião de vocês a respeito de tudo o que coloquei. Fiquem a vontade, ok...

A propósito, como este é mês do Orgulho Gay o texto de junho da Coluna "Coisas da Vida" versará sobre as Paradas... Fiquem atentos...

Abraços para vocês e ótimo feriado...

P.S.: Agradeço o carinho dos amigos Dinho e Xandy... E é claro, tentarei ser mais freqüente aqui... Abraços especiais para os dois!!!

1 comentários:

Marlon Vila Nova disse...

A educação desse país e suas formas didáticas são assunto para linhas intermináveis de discussão, amigo.
Mas para poupar revolta, preferimos acabar com o estresse nos baseando no conformismo.
Abraços!